quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Artista novo não ganha dinheiro com CD, diz banda patrocinada pelo Pirate Bay

Foto: Divulgação
  •  
Bem na foto: a banda sueca Lamont ganhou 'patrocínio' do Pirate Bay. (Foto: Divulgação)
Com a agenda de shows lotada até o dia 25 de dezembro, os integrantes do Lamont comemoram a marca de 100 mil discos baixados em menos de 24 horas na internet. A banda formada em 2002 na cidade de Malmö, na Suécia, era uma mera desconhecida em sua própria região até ser apadrinhada pelo famigerado site de troca de arquivos ilegais The Pirate Bay.

“É surreal”, comenta a tecladista Kristina Kjelldén. “Estávamos esperando que um monte de gente baixasse o disco devido ao fluxo intenso de internautas do Pirate Bay, mas foi um choque ouvir os números”, diz o irmão da artista, o guitarrista Lars Kjelldén.

O sucesso veio de uma idéia aparentemente simples: lançar um CD-R vazio com uma capa bacana para que os fãs pudessem baixar o single no site da banda e gravá-lo em casa. “Foi uma idéia inovadora e isso chamou a atenção da mídia sueca”, conta o músico. “O Pirate Bay percebeu isso e nos perguntou se poderia promover a banda no site deles. Topamos na hora.”

A parceria virou amizade, que continuou com o lançamento, há algumas semanas, do disco de estréia do Lamont, “The golden daze”. “Como o álbum ia acabar caindo lá de qualquer jeito, nós concordamos”, diz Lars. “Não acreditamos que a renda de um artista em início de carreira na Suécia venha da venda de um número alto de discos. Pouquíssimos conseguem isso hoje em dia”, diz o vocalista, Kristopher Åkesson.

“É muito mais uma questão de fazer as pessoas conhecerem a banda, irem aos shows e comprarem coisas relacionadas ao Lamont”, diz. “No final das contas, mais gente vai comprar o nosso disco. A partir do momento em que decidimos lançá-lo por contra própria, sem contrato com gravadora, é uma maneira ótima de conquistar fãs fora da Escandinávia.”


 'Grande festa'
E, quando o assunto é performance ao vivo, os músicos prometem uma grande festa no palco. “Do figurino à cenografia, nós nos dedicamos muito aos efeitos visuais das apresentações”, explica Kristina. “É uma grande festa pra gente e também para o público, que é convidado a usar fantasias e participar de verdade.”

Dentro desse clima de “montação”, a sonoridade do grupo mistura as influências mais diversas: antigos sucessos alemães dos anos 70, rock energético e hits glamurosos dos anos 80, nas palavras do guitarrista.

Se eles já estão vivendo da música que fazem? O baixista, David Lundén, responde. “Bem, vou confessar que somos super-heróis, mas gostaríamos que você não divulgasse nossa identidade secreta para garantir que o mundo seja salvo...”
Lígia NogueiraDo G1, em São Paulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário