Uma entrevista aguardada com ansiedade pelo Gospel no Divã finalmente
chegou no finalzinho da noite de terça-feira (30/11) em nossa caixa de
email. Devido à agenda corrida demorou um pouco para finalmente podermos
publicar um bate-papo com Fernanda Brum sobre o CD Glória, seu mais
recente trabalho pela MK Music. Além de falar sobre o novo trabalho e o
processo para a produção de cada canção, Fernanda também abriu o verbo
sobre a polêmica que alguns sites criaram pela gravação da música Maria
na coletânea de Natal lançada pela gravadora no ano passado.
1. Como e quando você chegou à conclusão de que o foco do novo CD seria a glória de Deus?
Eu comecei a compor as músicas e quando eu fui ouvi-las em seguida pra
escolher o repertório, percebi que elas falavam do mesmo assunto.
Algumas canções eu tive que mudar frases inteiras para que elas não
fossem repetidas. Passei um bom tempo compondo sobre a glória por causa
da vivência da glória na minha vida. Não foi de propósito.
2. Em algum momento você cogitou regravar o sucesso A Tua glória de 1995? Eu já regravei A Tua glória em alguns DVDs ao vivo, mas não cogitei repeti-la no disco Glória.
3. O CD apresenta uma miscelânea
musical onde você faz uma homenagem à Bahia. Como foi gravar no mesmo
estúdio onde passaram nomes como Banda Eva, Harmonia do Samba e Ivete
Sangalo? Nós procuramos os músicos baianos porque nós
acreditamos que eles são os que dominam melhor os instrumentos
percussivos. Através do Pr. Walter Junior, nós conseguimos reunir
músicos baianos nascidos de novo, como o Cara de Cobra que tocava com a
Ivete Sangalo e o Macarrão que tocava com a Cláudia Leite. A gravação no
estúdio WR foi dada como oferta ao meu ministério. Todos os músicos
participaram de bom grado, vivendo a experiência de utilizar seu talento
eclesiasticamente.
4. E quanto à experiência de gravar com Jairo Bonfim e o Coral RenovaSoul?
Foi uma das melhores da minha vida porque o Jairo é uma pessoa muito
generosa. Ele tem certeza que você consegue reproduzir o que ele está
ensinando, mesmo que seja muito difícil. O Jairo me esticou como uma
corda de violão para extensões mais agudas e mais graves. Aumentou minha
extensão vocal. O coral é impressionantemente perfeito. Tudo que o
Jairo e o Adiel pensam, o coral reproduz imediatamente. Eles são um
coral de novos convertidos.
5. Duas mulheres importantes em
seu ministério aparecem no CD que são Alda Célia que compôs A visão da
glória e Ludmila Ferber que participa em Meu melhor amigo. Como é
compartilhar momentos com essas professoras como você se referiu a elas
durante a Amostra Grátis na Rádio 93 FM? É sempre um conforto.
Tem pessoas que você ama e se espelha trabalhando junto com você. A Alda
e a Ludmila me deixam muito segura porque eu sei que elas me amam de
verdade.
6. Ouvindo a canção Pavão
Pavãozinho, nos remetemos a João Alexandre e sua temática engajada em
canções como Pra cima, Brasil e Em nome da justiça. Pode-se dizer que
você ou o Livingsthon Farias beberam da mesma fonte que João Alexandre?
Pode sim. Nesse sentido, nós temos a mesma teologia nesse sentido
específico. Cuidar dos pobres e das viúvas é o chamado mais importante
do Evangelho. O João Alexandre é alguém que escuto até hoje musicalmente
e ainda guardo o sonho de gravar a canção dele Olhos no espelho.
7. Ouvir Serpentes no deserto de
olhos fechados nos permite imaginar cenas no deserto de filmes
orientais. Como nasceram essa canção e os arranjos tão perfeitos?
Serpentes no deserto nasceu num momento de muita opressão espiritual e
financeira. Eu precisava reagir e vencer toda afronta espiritual que eu
estava vivendo de traições e roubos. Nada melhor do que a Palavra
cantada. A Palavra é a única que pode nos libertar.
8. Como é seu processo de composição já que você assinou algumas canções sozinha nesse trabalho?
Eu não tenho uma regra pra compor. Normalmente, eu vou orar e, enquanto
estou orando com o violão e com meu iPod tocando Jason Upton, Deus me
dá uma palavra. Quando acaba esse tempo de oração, eu tenho algo de
Deus, uma palavra dentro do meu coração. Com os parceiros é diferente. A
gente fica um tempo em casa, lemos a Bíblia, discutimos assuntos e
compomos em cima desses assuntos.
9. Como você conheceu a AMGI e o que tem feito em apoio à instituição?
Eu conheci o AMGI através da Pra. Ezenete. Já conhecia o projeto Samuel
e ela me apresentou o AMGI na época. Eu apoio não só falando, mas
estimulando as pessoas a doarem roupa, tempo, valores, para que
missionários voluntários consigam continuar trabalhando com essas
mulheres, dando uma parte dos meus direitos artísticos para a casa.
10. Alguns sites e blogs te
criticaram pela gravação da canção Maria no CD Celebrando o Natal,
dizendo que você enalteceu a mãe de Jesus, mas sabemos que essa não foi
sua intenção... Deviam também reclamar sobre Moisés, Elias e
tantos outros que eu já mencionei em minhas canções. Maria é um
personagem indispensável dos nossos evangelhos e por que não enaltecer a
memória de uma mulher que foi escolhida pra gerar o filho de Deus?
Estou bem resolvida teologicamente a respeito disso.
11. Mãe, esposa, pastora,
compositora, cantora, embaixadora da Missão Portas Abertas. Como achar
tempo para cuidar de si mesma e da família? Estabelecendo prioridades. A minha prioridade sou eu e a minha família. Se isso não funciona, nada mais importa.
12. Depois de contemplar a Glória o que vem por aí no ministério de Fernanda Brum? Não tenho a menor ideia.
Nosso muito obrigado a Débora Branquinho
que foi a intermediadora para que essa entrevista acontecesse. FAIXAS:
Artista no Divã, Fernanda Brum Fonte: Gospel no divã
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